Pronunciamento feito durante sessão ordinária do dia 22 de abril de 2015 no plenário da Câmara Legislativa do DF
Boa tarde, Sras. e Srs. Deputados; boa tarde, Sra. Presidente.
De forma muito rápida também, eu venho a esta Casa tratar de três assuntos, dois relacionados ao Governo do Distrito Federal.
Como costumava dizer minha mãe, vou bater e assoprar. Então, primeiro, parabenizo o Governo do Distrito Federal por ter feito a nomeação de alguns profissionais da área da saúde. O Deputado Joe Valle acabou de falar aqui da crise do sistema de saúde. Foram nomeados alguns pediatras e outros. Mas, visto que a crise da saúde é gravíssima e que a saúde do Distrito Federal está na UTI, o número reduzido de nomeações é o mesmo que dar um analgésico para um doente em estado de coma. Não vai resolver. Temos que nomear urgentemente os profissionais que foram aprovados no concurso do ano passado.
Então, parabenizo por um lado, mas alerto por outro: a medida é insuficiente.
No sábado, também, o Governo do Distrito Federal lançou a nova marca de Governo. Fiquei contente por um lado, porque já adequada à lei aprovada por esta Casa, mas ainda não sancionada pelo Governador, já usou os símbolos oficiais, como manda a nossa lei. Por outro lado, tirou a expressão Governo do Distrito Federal e colocou a expressão Governo de Brasília. No meu entender, medida inócua que não vai alterar nada. Sempre digo, acho que um governo tem que deixar sua marca por meio das ações e não por meio de logomarcas.
E no dia de hoje quero parabenizar a presença dos capoeiristas que estão ali em cima, fizeram uma apresentação fantástica ontem no aniversário de Brasília lá na Torre de TV. Mais de seiscentos capoeiristas, de forma harmônica, ordeira, equilibrada, uma verdadeira apresentação de arte e cultura, mostrando que é possível fazer uma festa de aniversário de Brasília sem valores vultosos e com a participação popular. A festa foi bonita, Deputada Luzia de Paula, mas vem a nova crítica: ela se concentrou no Plano Piloto, alimentando aquele conceito de que Brasília é o Plano Piloto. Não houve descentralização da festa para as cidades satélites. Nós entendemos que Brasília está fazendo 55 anos, mas ela simboliza todo o Distrito Federal. Será que a galera lá das periferias é obrigada a se deslocar para cá para fazer alguma atividade? Por que não descentralizar? Fica aqui, novamente, o meu questionamento.
E aproveito este momento de hoje para homenagear o mestre Romeu, que está ali na galeria, um grande educador popular. O Deputado Chico Vigilante deve conhecer o trabalho dele na Ceilândia, assim como a Deputada Luzia de Paula. Há 35 anos ele atua na Ceilândia como educador popular na área da capoeira; em geral, sem verbas governamentais, trabalhando em áreas de periferia desde que criou, há 35 anos, o projeto de capoeira Sol Nascente. Vejam que hoje o projeto de capoeira Sol Nascente atua no Sol Nascente, mas já tinha esse nome antes mesmo de o setor existir. Faz um trabalho fantástico de inclusão social com os jovens da periferia, mostrando, como o Deputado Ricardo Vale disse aqui, que a juventude está sem perspectiva nas áreas periféricas e acaba sendo engolida pela violência. Na medida em que o Estado é omisso, Deputado Ricardo Vale, somente projetos como esse são capazes de criar algum tipo de perspectiva para a juventude do Distrito Federal.
O mestre Romeu, que atua há 35 anos nessa área, já tem um trabalho consolidado, já deixou seus mestrandos, como o mestrando Vagalume, como o mestrando Mancha, e agora está levando o seu trabalho para os Estados Unidos. Como costumamos dizer na nossa cidade, Deputada Luzia de Paula, é da Ceilândia para o mundo. Parabéns, mestre Romeu. Parabéns aos capoeiristas do Distrito Federal. Parabéns pelo trabalho de inclusão social que é feito.
Muito obrigado, Sra. Presidente.
Deputado Professor Reginaldo Veras Presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura
*Texto extraído das notas taquigráficas cedidas pela divisão de Taquigrafia e Apoio ao Plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal