Veras repercute polêmica envolvendo professores

Pronunciamento feito durante sessão ordinária do dia 26 de maio de 2015 no plenário da Câmara Legislativa do DF
Boa tarde, Sra. Presidente. Boa tarde a todos. Ainda que enfermo, fiz questão de vir hoje aqui à Câmara principalmente porque assumi o compromisso com os concursados pela derrubada do veto, disse que estaríamos juntos até a posse e estaremos juntos sim até a posse.

Outro fator que me faz estar aqui hoje é mais uma vez a questão do professor. O que aconteceu ontem aqui foi sim lamentável. Eu quero deixar claro: sou professor, sou sindicalizado e entendo, como trabalhador, que somente o sindicato tem representatividade legal para representar qualquer categoria. Nenhum trabalhador se representa individualmente senão pela ação coletiva por meio de um sindicato.

Segundo fator. Tiraram os professores ontem aqui do plenário. Foi lamentável. E eu faço uma comparação. Quando esta Casa Legislativa votou aqui uma moção de repúdio protocolada pela Deputada Sandra Faraj em relação à questão LGBT, o debate foi intenso, as galerias estavam lotadas. No dia em questão, eu fui xingado, eu fui achincalhado, o Deputado Dr. Michel ainda pediu que nós interrompêssemos, mas eu entendo que a exaltação também faz parte do processo democrático. Naquele momento, depois de ter sido xingado, eu poderia ter pedido à Presidente, que no dia era a Deputada Liliane Roriz, que retirasse as pessoas da galeria. Não o faço, porque entendo que isso aí é também parte do processo democrático, e a exaltação às vezes faz parte. Não é democrático é afastar o povo das decisões. Isso não é!

(Intervenção fora do microfone.)

Não, Deputada Liliane Roriz. V.Exa. estava na Presidência no dia, meu amor, e conduziu aqui com toda maestria.

Digo ainda: sou professor e nunca doutrinei os meus alunos. Fui aluno e nunca fui doutrinado por qualquer professor até porque tenho capacidade crítica, e os meus alunos têm capacidade crítica. Digo ainda: no mundo da internet, onde todos nós temos acesso a um milhão de informações e a meios de informação, será que um professor sozinho é capaz de doutrinar centenas? Levantem a mão, por favor, quantos da galeria foram meus alunos?

(Manifestação na galeria.)

Em algum momento, eu tentei doutriná-los em relação a alguma questão? Jamais, jamais.

Logo, logo, vamos deixar a situação clara, gente. Há profissionais e profissionais. Pode haver um professor, Deputado Wasny de Roure, que tente doutrinar? Pode. Eu não posso é generalizar. Pode haver padre, já que entramos na questão religiosa aqui, que não se atente aos preceitos do catolicismo? Pode. Pode haver pastor que exacerbe nas suas posturas na igreja? Pode, mas jamais podemos generalizar, seja qual for a profissão. E digo isso com muita clareza: sou católico, fui formado na Igreja católica, não sou mais, eu me classifico como um cristão humanista, sou casado com uma evangélica, e a harmonia é plena. Eu acho que está faltando respeito e equilíbrio.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

Deputado Professor Reginaldo Veras
Presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura
*Texto extraído das notas taquigráficas cedidas pela divisão de Taquigrafia e Apoio ao Plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal

Sobre Ísis Dantas

Formada em Comunicação Social/ Habilitação Jornalismo pela Universidade Católica de Brasília em 2004 e estudante de Comunicação e Marketing. Ísis Dantas trabalha como assessora de imprensa na Câmara Legislativa há quase 15 anos - desde 04 de setembro de 2006. Atualmente assessora o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT), reeleito para seu segundo mandato parlamentar.

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