Câmara Legislativa discute a intolerância religiosa durante Fórum

Foto: Anna Cléa Maduro

Mais de 10 crimes contra centros religiosos de matrizes africanas já ocorreram no Distrito Federal e Entorno.

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Mais de 10 crimes contra centros religiosos de matrizes africanas já ocorreram no Distrito Federal e Entorno, este ano, segundo informações da pasta de Enfrentamento ao Racismo da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Sepir). Preocupados com o cenário, os deputados Claudio Abrantes (Rede), Luzia de Paula (Rede), Prof. Reginaldo Veras (PDT) e Ricardo Vale (PT) lançaram, na última sexta-feira, o 1º Fórum em Defesa da Liberdade das Religiões de Matrizes Africanas, Afro-Brasileiras e Ameríndias.

Para o presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa do DF, deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT), “O ideal era que este fórum não tivesse sido realizado na Câmara e que a liberdade religiosa fosse plena neste país. Se assim fosse, nós não precisaríamos realizar debates como esse e nem audiências sobre o ensino da cultura e história indígena e afro-brasileira – como fizemos na última semana. Contudo, podemos e devemos avançar”, destacou Veras.

O Secretário de Cultura do DF, Guilherme Reis, elogiou a iniciativa. “Acho a ideia do fórum muito pertinente. A construção de políticas públicas a essas comunidades é imprescindível, afinal elas são formadoras da nossa sociedade e sujeitos históricos para o país”, frisou.

Reis acrescentou ainda que o Brasil possui inúmeras leis, contudo lembrou a não execução de muitas delas. “A dificuldade hoje é o cumprimento da lei. É crime a intolerância religiosa e cabe a nós lutarmos por valores democráticos. É lamentável vivermos isso em pleno século 21, com tantos avanços”, concluiu o Secretário.

O Pai Alexandre de Oxalá aproveitou o momento para fazer um apelo. O representante pediu que todos os presentes se unam em prol de um bem comum: cobrar do Estado a execução dos seus direitos. “Este é um momento de união. Momento em que as instituições do Distrito Federal representam suas casas e buscam pautas semelhantes. Todos nós somos importantes nessa construção e devemos, juntos, cobrar do Governo ações efetivas”, salientou.

Foto: Anna Cléa Maduro

Ataques contínuos

Os terreiros de Umbanda e Candomblé vêm sendo atacados frequentemente no Distrito Federal, Goiás e Entorno. O terreiro de Candomblé do babalorixá Babazinho de Oxalá, em Santo Antônio do Descoberto, foi atacado três vezes somente este ano. Durante um dos ataques, o terreiro foi completamente destruído e, após 11 dias, a intolerância religiosa fez com que as imagens de orixás do local fossem todas quebradas.

Em Águas Lindas de Goiás os crimes também vêm ocorrendo. Em setembro um grupo de homens derrubou o portão e ateou fogo, queimando parte do terreiro. Por sorte os vizinhos conseguiram controlar parte do fogo e ninguém ficou ferido. As delegacias das duas cidades investigam os ataques, mas até agora ninguém foi preso ou responsabilizado.

Anna Cléa Maduro (Assessoria de Imprensa)

Foto: Anna Cléa Maduro

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Sobre Anna Cléa Maduro

Jornalista. Assessora atualmente o deputado federal Prof. Reginaldo Veras (PV-DF).

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