A nomeação de quase 300 servidores comissionados na Secretaria de Planejamento e em diversas Administrações Regionais, publicadas no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de ontem (25), foi tema de debate durante a sessão ordinária desta terça-feira (26).
O presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) usou a tribuna para fazer uma comparação entre os municípios que teriam maior número de cargos comissionados no país e as Administrações Regionais do DF.
“Dados do IBGE, por meio da pesquisa “Perfil dos Municípios Brasileiros”, revelam que por ano 13 mil pessoas são empregadas como cargos comissionados nas cidades brasileiras. Esses comissionados ocupam vagas de concursados, o que fará aumentar do tempo de espera de quem já foi aprovado. Outra questão é que tais nomeações acabam por alimentar, algumas vezes, negociações pouco republicanas entre os poderes Executivo e Legislativo. Por fim, quebra a continuidade do serviço público”, disse Veras
O parlamentar defendeu a nomeação de um percentual de servidores concursados, a ser definido pelo GDF, para preencher os cargos e prestar serviço de qualidade e continuado nas Administrações.
“Defendo que o Governo do DF, ao anunciar que enviará à Câmara Legislativa o projeto que regulamentará as eleições diretas para Administrador, deve também regulamentar, e acima de tudo, estabelecer um percentual de servidores concursados nas Administrações, sob o risco de o eleito querer nomear seus comissionados, entrando em atrito político com parlamentares, com o objetivo comum, considerando que esta é uma cultura torta da política local”, argumentou.
Dados- Segundo dados publicados na edição desta semana da Revista Exame o município de Uruanã, em Goiás, aparece no topo do ranking das nomeações de cargo em comissão, com 65% do percentual. A cidade de Divinópolis, também de Goiás, é o segundo colocado com 64%. Um dado preocupante é que dos 30 primeiros colocados 20 são municípios goianos.
Para Reginaldo Veras, é preocupante o modelo de gestão que tomou conta do estado vizinho. Ele ainda destaca que, nesse contexto, as Administrações Regionais, se fossem consideradas municípios, superariam todas essas cidades que aparecem no ranking.
“Algumas Administrações chegam próximo a 100% de cargos comissionados”, alerta. Ísis Dantas, da Assessoria de Imprensa