Em tempos de descrédito com os políticos e com a política, por fatores óbvios, torna-se inevitável relembrar as palavras do Barão de Montesquieu: “a corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios”, uma verdade inquestionável.
Também é tautológico que em momentos de crise abre-se espaço para novas formas de agir e de pensar. Dialeticamente, a novidade se apropria de elementos positivos do passado para construir algo diferente.
Nesse contexto, o”regufismo”, exemplo de uma nova forma de fazer política, nasce calcado na ética, na moralidade e no respeito à coisa pública. Reguffe se tornou um paradigma na política brasileira por não transigir aos seus princípios e economizar os recursos públicos, defendendo os interesses do contribuinte.
O senador é um dos políticos que inspirou e continua inspirando minha trajetória. Atualmente sua grande bandeira é a defesa da isenção de tributação dos medicamentos em todo o país, a PEC 2/2015 de sua autoria que tramita no Congresso Nacional, caso aprovada, aliviará o orçamento de milhares de famílias em todo o Brasil.
Entrei na vida pública por entender que os espaços políticos precisam ser ocupados por pessoas que, apesar dos poucos recursos, lutam para que a transformação social aconteça de forma plena. Como educador há mais de duas décadas sempre defendi o poder da educação como agente transformador, que nos torna capazes de lutar pela manutenção e pelo fortalecimento de direitos, pela construção de uma sociedade justa e igualitária.
Inspirado no “reguffismo”, como parlamentar, abri mão de 100% das verbas de correspondência e indenizatória – utilizada para ressarcimento de gastos com combustível, aluguel de espaços políticos, contratação de consultoria especializada e divulgação parlamentar, o que gerou uma economia de mais de R$ 1milhão aos cofres públicos. Não se trata de demagogia, mas sim de respeito ao dinheiro do cidadão.
Na Câmara Legislativa, tenho destinado recursos para áreas prioritárias: saúde e educação. Nossas emendas parlamentares são para compra de medicamentos e revitalização das escolas públicas do DF.
É preciso que pessoas de bem ocupem os espaços, apesar de não ser algo simples. Ruy Barbosa afirmou certa vez que “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto…”.
Dessa forma, precisamos acreditar que é possível fazer política de forma diferente. Devemos apagar o estigma do “rouba, mas faz” e entender que economizar e fazer é o que a sociedade espera de seus representantes.
Deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT)
Deputado Distrital, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e membro da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) na Câmara Legislativa do distrito Federal.