
Educadores, estudantes, gestores públicos, a representante da Embaixada da Espanha e parlamentares lotaram o plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal na manhã desta segunda-feira (25), para acompanhar a audiência pública que tratou do ensino da língua espanhola nas escolas públicas do DF.
O objetivo do encontro, proposto pelo deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT), foi o de debater a obrigatoriedade da língua espanhola na grade curricular das escolas públicas do Distrito Federal, já que a Reforma do Ensino Médio retira a matéria do currículo como obrigatória.
Durante a audiência, professores e estudantes expuseram as consequências para a educação pública, caso a língua espanhola seja retirada da grade curricular da rede pública de ensino do DF. Além da retirada do direito do aluno de ter a pluralidade das línguas na escola pública, os educadores com formação em espanhol perderão seus empregos.
Reginaldo Veras explicou as limitações do Legislativo local, mas acenou com a possibilidade de fazer uma minuta de projeto de lei, junto com a Associação de Professores de Espanhol do DF.
“Irei entregar a minuta do PL para o secretário de Educação, Rafael Parente, e ao chefe da Casa Civil, Roberto Novacki. Espero que eles protocolem o texto como sendo de iniciativa do Poder Executivo, assim não haverá vício de iniciativa e o projeto não correrá risco de sofrer questionamentos jurídicos”, disse.

A representante da Associação de Professores de Espanhol do DF, Leila Bragança, aproveitou sua fala para corroborar a necessidade de termos um instrumento legal que garanta a língua espanhola no ensino público do Distrito Federal.
“A Paraíba e Rondônia já têm legislação, o Rio Grande do Sul conseguiu a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) estadual para que haja oficialmente o ensino da língua espanhola. Aqui, não existe nenhuma Lei, Decreto, nada que regulamente o ensino da língua espanhola no DF”, disse. “Precisamos de um instrumento legal que regule o ensino da língua espanhola na rede pública de ensino do DF”, completou.

A assessora técnica do Escritório de Educação da Embaixada da Espanha no Brasil, Maria Isabel Sanchez, também defendeu o espanhol no ensino básico. “O Brasil está inserido numa área que fala espanhol. O idioma aproxima as várias culturas e amplia as possibilidades nos setores econômicos, intelectuais e científicos”, afirmou.

Representando a Coordenação de Línguas Estrangeiras da Secretaria de Educação do DF, Juscelino da Silva Sant’Ana não negou a possibilidade de o Distrito Federal contar com um instrumento legal para garantir o ensino de espanhol na educação básica. Contudo, ele afirmou que, as políticas na área enfatizam a pluralidade linguística: “Queremos contemplar várias línguas, não só o espanhol ou o inglês”. O gestor mencionou que os Centros Interescolares de Línguas (CILs), por exemplo, chegam a oferecer seis idiomas: inglês, francês, espanhol, japonês, alemão e mandarim – o último ainda em experimentação.
Participaram do evento a Procuradora da Mulher da CLDF, deputada Julia Lucy (NOVO); a Coordenadora da licenciatura em Letras do Instituto Federal de Brasília (IFB), Marcela Fernandes; a Professora do Curso de Licenciatura em Letras Espanhol da Unb, Dra. Sabrina Lima; a professora de Espanhol do Instituto Rio Branco; sra. Dulce Andrigueto; a professora de Espanhol da Secretaria de Educação do DF no Centro Interescolar de Línguas – Cil do Paranoá, sra. Antônia Regina Neri De Sousa; o Coordenador de Língua Espanhola do Centro Interescolar De Línguas – Cil do Recanto das Emas, sr. Valdeberto de Souza; a professora de Espanhol do CEMIC, sra. Fanny Guardalupe; a professora do IFB Ceilândia, sra. Michele Suelen Gonçalves, alunos do Centro de Ensino Médio 02 da Ceilândia e do IFB.

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