Na manhã desta sexta-feira (3) a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) abriu suas portas para a comunidade de Taguatinga e foi palco para a celebração do aniversário da cidade, que no próximo domingo (5) comemora 64 anos.
A homenagem foi iniciativa do deputado Professor Reginaldo Veras (PV), morador de Taguatinga e apaixonado pela região, e foi prestigiada por moradores, empresários, artistas, gestores públicos, professores e personagens que ajudaram e ajudam a escrever a história da primeira cidade do Distrito Federal.
Taguatinga é pioneira, a cidade foi criada para acabar com os grandes aglomerados, conhecidos como invasões, que estavam se formando na área urbana de Brasília. O nome veio da fazenda, no território de Luziânia (GO), sobre a qual a cidade se desenvolveu. Apesar de ter surgido em 1958, somente em 1970, com um decreto do então governador do DF, Hélio Prates, Taguatinga foi reconhecida oficialmente como cidade.
Reginaldo Veras, que é geografo e professor de Atualidades, aproveitou para destacar a luta dos pioneiros de Brasília para conseguirem se instalar minimamente próximos ao que eles mesmos construíram. “Quando conceberam Brasília, o quadrilátero, era para ter o avião e nada mais. Havia a falsa ilusão que aqueles operários que vieram construir a cidade iriam embora após a construção. A cidade foi ficando pronta e nada dos candangos irem embora, e começa então o primeiro conflito social-espacial de Brasília, a luta pela posse da terra, a luta pela fixação daqueles que construíram a cidade.”
O distrital também pontuou o preconceito com os trabalhadores vindos de outros estados e como Taguatinga serviu para alocar e unir essas pessoas. “O plano piloto era uma cidade para servidores públicos, não havia espaço para pobre, então surgem as cidades satélites e a primeira, verdadeiramente criada para sanar isso, foi nossa querida Taguatinga. É a cidade que junta todas as gerações.”
Já o administrador regional de Taguatinga, Ezequias Pereira, lembrou que a região abrigou os sonhos dos trabalhadores. “Tudo começou com a construção de Brasília, milhares de brasileiros e brasileiras de todos os cantos desse imenso país se deslocaram até o planalto central em busca de sobrevivência financeira, emprego e renda, Taguatinga é consequência desse sonho, que se tornou uma realidade.”
Nas falas que se seguiram, tanto dos componentes da mesa, como dos convidados, ficou nítida a sensação de pertencimento e acolhimento pela cidade. Assistimos inúmeras pessoas discorrerem sobre sua relação de amor e cuidado com Taguatinga.
Mas nem tudo são flores. Muitas questões sensíveis ao bem-estar da população da região também foram levantadas como: a necessidade de se manter e investir em espaços públicos; a crescente especulação imobiliária na regoão e a necessidade de se investir em políticas públicas que tenham como princípio norteador a Educação e a Cultura. Além disso, a venda e privatização de uma área de 800 metros quadrados na Praça do DI foi duramente criticada pelos presentes e a urgente necessidade da reforma do teatro na praça – importante espaço cultural da cidade – foi mais uma vez alvo de cobrança por parte de artistas e educadores da localidade.
Ao fim da solenidade Reginaldo Veras fez a entrega de moções de louvor para inúmeras personalidades relevantes para a história de Taguatinga. Foi um evento lindo, uma verdadeira celebração.
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