A situação da farmácia de alto custo foi abordada pelo presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) durante a sessão ordinária desta terça-feira (17).
O parlamentar comunicou aos presentes que na semana passada, junto como deputado Rafael Prudente, esteve na farmácia de alto custo da Ceilândia. Veras relatou que ficou impressionado, porque, desde menino na cidade, ouviu falar em farmácia de alto custo e falta de remédio em farmácia de alto custo e mais uma vez, pôde concluir a falta de remédio.
“Perguntei aos gestores da farmácia de alto custo, todos farmacêuticos muito jovens, aprovados no último concurso, com ímpeto para trabalhar e ver a coisa funcionar, e eles relataram que o que mais entristece é justamente o fato de eles não poderem exercerem plenamente o seu trabalho, que é atender o paciente, dar a orientação e entregar o remédio, porque simplesmente o remédio não chega. E não chega por quê? Parece que o Estado brasileiro é incompetente há décadas para realizar processos licitatórios com caráter preventivo”, disse.
Segundo Veras, qualquer administrador de uma empresa tem o controle de estoque e se ele vê que o estoque está acabando, ele, preventivamente, já faz a compra. Mas, no Estado, no Governo do Distrito Federal, seja no governo que for, isso nunca acontece.
“Não há um mecanismo de sinal de alerta dizendo que o medicamento está acabando e que logo tem-se que comprar, até porque as pessoas que usam são sempre as mesmas. É um uso continuado. Então, não vai aumentar, o que mostra a incompetência administrativa nos processos licitatórios e na gestão da Secretaria de Saúde. Juro que não consigo entender como é que uma coisa dessa acontece. Qualquer dono de estabelecimento sabe que tem que repor a sua mercadoria, e o Governo do Distrito Federal não sabe”, ponderou.
Veras informou que procurou a Ouvidoria da Secretaria de Saúde e descobriu que a Farmácia de Alto Custo é a mais bem avaliada dentro do serviço de Saúde, no que se refere ao trabalho dos profissionais.
“São profissionais competentes, capazes, dispostos a trabalhar, mas que, infelizmente, não têm as condições adequadas. E, para piorar, as unidades de farmácia não são consideradas unidades de saúde, o que é uma aberração. Há médico, há farmacêutico, há auxiliares administrativos, eles prestam atendimento de saúde, mas não são considerados unidades de saúde. Logo, por não serem considerados unidades de saúde, não têm direito aos mesmos privilégios que os demais profissionais têm, a exemplo da Gmov, a Gratificação de Mobilidade, que existe dentro da Secretaria de Saúde”, disse. “É inadmissível que um profissional tão capacitado e tão empenhado no serviço público tenha o seu trabalho tolhido pela incompetência da gestão na área de saúde do Distrito Federal. Parece que entra secretário, sai secretário, e a coisa só piora no Distrito Federal”, completou.
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Ísis Dantas, da Assessoria de Imprensa