Transcrição da 71ª SESSÃO ORDINÁRIA de 22 de AGOSTO de 2017
DEPUTADO PROF. REGINALDO VERAS (PDT. Para breve comunicação. Sem revisão do orador.) – Boa tarde a todos, senhoras e senhores.
Sr. Presidente, em 2003, eu, que trabalhava três turnos, resolvi abrir mão de parte do meu tempo de trabalho para estudar e me preparar para o concurso do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Naquela ocasião, obtive êxito e, no cargo que eu pleiteava, fui aprovado na trigésima posição. O concurso tinha validade de um ano, prorrogável por mais um, e chegou o TJ a nomear 29 pessoas. Eu era o trigésimo na lista de classificação. Seguindo o rito normal, faltavam cinco meses para expirar o concurso – já estava ali fazendo aquecimento para tomar posse no Tribunal de Justiça –, quando surgiu o escândalo de fraude do concurso do TJ. E o Tribunal de Justiça, de forma absolutamente correta, já que o concurso, a partir daquele momento, estava sob suspeição, interrompeu todas as futuras nomeações, inclusive a minha, que nunca aconteceu, porque o concurso expirou e eu não fui nomeado.
Naquela ocasião, Sr. Presidente, quem era o responsável pela fraude? Um senhor de sobrenome Ortiz – eu nem vou citar aqui o primeiro nome. O mesmo vagabundo, Sr. Presidente, o mesmo bandido, o mesmo canalha, agora nesta semana, aparece novamente envolvido em um conjunto de fraudes de concurso público. Não estou aqui abordando a questão pessoal. A vida trilha alguns caminhos para nós, e nós os seguimos. Eu já era professor da Secretaria de Educação, feliz – continuo sendo feliz –, e hoje estou aqui como Parlamentar. Mas, quando um vagabundo ou um grupo de vagabundos frauda um concurso público, Sr. Presidente, ele está mexendo com o sonho das pessoas, ele está mexendo com o financeiro das pessoas, ele está mexendo com o emocional de várias famílias, ele está mexendo com instituições sérias que preparam esses alunos, com professores que se desdobram para preparar esses alunos, e, acima de tudo, ele está mexendo com a vida das pessoas, Deputado Chico Leite.
Nós estamos prestes a realizar o concurso da nossa Casa. Nós sabemos que, em virtude de vários fatores, tudo que acontece nesta Casa já gera uma suspeição. A imprensa, a sociedade acha que tudo que acontece aqui está sob suspeita. Então peço a V.Exa. que mantenha esse ritmo que já vem sendo feito, que haja todo o rigor necessário para que o concurso da nossa Casa siga com o rito de credibilidade, seriedade e transparência, como continua. E aconselho V.Exa. e o nosso Vice-Presidente, que é ligado à Polícia Civil, que convide o Departamento de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal, competente que é, para que, pelo menos no dia da prova do nosso concurso, com a qualificação e os equipamentos necessários para isso, acompanhe o nosso concurso na tentativa de evitar qualquer tipo de fraude, para que ele não fique sob suspeição, porque estamos mexendo com o sonho e com a vida das pessoas.
Muito obrigado, Sr. Presidente. Desculpe-me até pelo certo desabafo em relação a isso. É porque paciência para bandido desse tipo eu não tenho. Obrigado, Sr. Presidente.