Por Ísis Dantas
Servidor público há mais de duas décadas, o deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) utilizou a tribuna na tarde desta terça-feira (22) para fazer repercutir as notícias veiculadas nos últimos dias sobre a Máfia dos Concursos e aproveitou para relatar seu caso, aprovado em não nomeado em certame para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), em razão de suspeição do concurso público.
“Em 2003, eu, que trabalhava três turnos, resolvi abrir mão de parte do meu tempo de trabalho para estudar e me preparar para o concurso do TJDF. Naquela ocasião, obtive êxito e, no cargo que eu pleiteava, fui aprovado na trigésima posição. O concurso tinha validade de um ano, prorrogável por mais um, e chegou o TJ a nomear 29 pessoas. Eu era o trigésimo na lista de classificação. Seguindo o rito normal, faltavam cinco meses para expirar o concurso – já estava ali fazendo aquecimento para tomar posse no Tribunal de Justiça –, quando surgiu o escândalo de fraude do concurso do TJ. E o Tribunal de Justiça, de forma absolutamente correta, já que o concurso, a partir daquele momento, estava sob suspeição, interrompeu todas as futuras nomeações, inclusive a minha, que nunca aconteceu, porque o concurso expirou e eu não fui nomeado”, contou. ” Naquela ocasião, quem era o responsável pela fraude? Um senhor de sobrenome Ortiz – eu nem vou citar aqui o primeiro nome. O mesmo bandido, o mesmo canalha, agora nesta semana, aparece novamente envolvido em um conjunto de fraudes de concurso público. Não estou aqui abordando a questão pessoal. A vida trilha alguns caminhos para nós, e nós os seguimos. Eu já era professor da Secretaria de Educação, feliz – continuo sendo feliz –, e hoje estou aqui como Parlamentar. Mas, quando um vagabundo ou um grupo de vagabundos frauda um concurso público ele está mexendo com o sonho das pessoas, com o financeiro das pessoas, com o emocional de várias famílias, com instituições sérias que preparam esses alunos, com professores que se desdobram para preparar esses alunos, e, acima de tudo, ele está mexendo com a vida das pessoas”, completou Veras.
O deputado lembrou que a Casa está a realizar o concurso para provimento de 86 vagas e pediu que haja com rigor na condução do certame para que o mesmo não fique sob suspeição.
“Nós sabemos que, em virtude de vários fatores, tudo que acontece nesta Casa já gera uma suspeição. A imprensa, a sociedade acha que tudo que acontece aqui está sob suspeita. Então peço a V.Exa. presidente Joe Valle que mantenha esse ritmo que já vem sendo feito, que haja todo o rigor necessário para que o concurso da nossa Casa siga com o rito de credibilidade, seriedade e transparência, como vem sendo até aqui”, disse. “E aconselho V.Exa. e o nosso Vice-Presidente, que é ligado à Polícia Civil, que convide o Departamento de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal, competente que é, para que, pelo menos no dia da prova do nosso concurso, com a qualificação e os equipamentos necessários para isso, acompanhe o certame na tentativa de evitar qualquer tipo de fraude, para que ele não fique sob suspeição, porque estamos mexendo com o sonho e com a vida das pessoas. Peço desculpas até pelo desabafo em relação a isso. É porque paciência para bandido desse tipo eu não tenho”, concluiu Reginaldo Veras.
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