Por Marina Marquez, com alterações de Ísis Dantas
A praça da Câmara Legislativa foi tomada por dezenas de motos nesta segunda-feira (21) para a sessão solene em homenagem aos motociclistas, moto clubes e moto grupos do Distrito Federal e Entorno.
Conhecidos pela tradição, irmandade e união, eles já somam mais de 300 os moto clubes e moto grupos no DF e Entorno.
“É uma noite muito feliz para mim. É incrível ver um Poder do DF, pela primeira vez, institucionalmente se render a esse movimento tão bonito e tão forte”, apontou o deputado Claudio Abrantes (sem partido), que dividiu a presidência com o deputado Professor Reginaldo Veras (PDT).
Abrantes reforçou a diversidade dos grupos e o quanto os valores do motociclismo precisam ser replicados para a sociedade. “Honradez, irmandade e respeito são só alguns exemplos do que o motociclismo tem para ensinar para todos nós, inclusive para essa Casa”, completou.
Reginaldo Veras aproveitou para agradecer a sensibilidade e o envolvimento do Marcelo Távora, membro do moto clube Centuriões da Paz, que trouxe a demanda para a realização da solenidade. “Nós apenas intermediamos a realização deste evento, exercendo nossa função de representação dos diversos segmentos da sociedade”, disse.
Tradição – “O motociclismo de grupo é um movimento cultural e no Brasil vem ganhando uma magnitude até difícil de mensurar. Aqui no DF, por tantos eventos, essa tradição foi reforçada e já marca a economia do Distrito Federal”, defendeu Veras.
O pedetista apontou os diversos eventos que movimentam a capital, sejam nas cidades ou no Plano Piloto, semanalmente. Em julho, o Moto Capital movimentou mais de R$ 50 milhões na economia do DF, se consagrando mais uma vez como o terceiro maior evento do mundo com mais de 600 mil participantes.
A deputada Celina Leão (PPS) também prestigiou o evento e reforçou a importância da “irmandade” e da união dos moto clubes.
Projetos e campanhas – Os deputados lembraram também que hoje a Câmara Legislativa já discute projetos de lei importantes que podem trazer benefícios para os grupos, seja no registro da data no DF, seja com propostas que garantam um tratamento diferenciado em relação aos carros, por exemplo.
Nos discursos, diretores de diferente moto clubes lembraram os acidentes e desrespeito no trânsito que acabaram levando a vida de amigos e parentes sobre duas rodas.
Um deles, conhecido como Dudu, foi atropelado em 2016, no Sudoeste, e não resistiu. A motorista do carro que o atropelou mandava mensagem ao celular no momento.
Após a tragédia, por iniciativa dos próprios motociclistas foi iniciada a campanha “Pare de dirigir teclando”.
Este ano eles também participaram da campanha do Maio Amarelo por mais consciência e respeito no trânsito.
Críticas – Na ocasião, alguns participantes da solenidade aproveitaram para criticar a campanha realizada pelo DETRAN DF este ano direcionada aos motociclistas: “A vida em duas rodas nem sempre é feita de emoção”. O vídeo traz um cadeirante falando dos riscos assumidos ao se conduzir uma motocicleta. Para eles além de a vida não acabar em duas rodas, a campanha tem um tom pejorativo e faz um desserviço à sociedade.
Reginaldo Veras concordou com os motociclistas e prepara moção de repúdio que deve ser enviada ao órgão.
Homenagens – O evento teve seu ponto alto durante a homenagem realizada in memoriam para três motociclistas vitimados em acidentes. Familiares de Getúlio Lacerda, Helon Vallery Gonçalves e João Ricardo Ferraz Lopes receberam moções honrosas in memoriam.
Muito emocionados, agradeceram a lembrança e o apoio que tem recebido dos motociclistas, que mesmo sem conhece-los pessoalmente portam-se como parte da família.
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