A obrigatoriedade da presença do professor de Educação Física no sistema público de ensino foi tema de audiência pública realizada ontem (27), no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal, proposta pelos deputados Professor Israel (PV) e Prof. Reginaldo Veras (PDT).
A obrigatoriedade da presença do professor de Educação Física no sistema público de ensino foi tema de audiência pública realizada ontem (27), no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal, proposta pelos deputados Professor Israel (PV) e Prof. Reginaldo Veras (PDT).
Na abertura do evento, o deputado, professor e presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), Reginaldo Veras, explicou o motivo da audiência conjunta. Segundo ele, o tema estava sendo analisado e debatido pelos dois deputados, o que fez com que promovessem o debate juntos. “Não teria sentido fazermos duas audiências para tratar do mesmo assunto”, declarou. O parlamentar ponderou ainda que essa consonância entre ele e o Professor Israel denotam a preocupação de ambos com a educação no Distrito Federal.
Veras, que também concluiu o curso de licenciatura em Educação Física recentemente, afirmou que “a prática é extremamente importante, não só para a coordenação motora da criança, mas também para o próprio desenvolvimento cognitivo, psicológico e psicomotor”. Ele lembrou ainda que hoje há um grande problema entre as crianças e jovens no que se refere à obesidade: “Não tem sentido termos um problema de saúde pública, que é a obesidade infantil, e faltarem profissionais dessa área na escola. Hoje o profissional de Educação Física é peça importante para ajudar a sanar esse problema de saúde pública no Brasil”, concluiu.
Na ocasião, o deputado Prof. Israel Batista (PV), argumentou a favor da “educação isonômica” entre os estudantes. “É importante extrair diretrizes para garantir as mesmas oportunidades para todos os alunos, lembrando que boa parte dos alunos não têm acesso à educação física”, lembrou.
Estrutura
A obrigatoriedade do profissional de Educação Física foi defendida por todos os participantes durante a audiência pública. Além dos representantes, os convidados também tiveram a oportunidade de expor suas opiniões na tribuna.
A professora Elaine Fátima Silva, que trabalha com crianças especiais, contou que na escola onde trabalha há apenas um profissional de Educação Física. “Ele só atende as crianças especiais. Infelizmente nossos outros alunos não entendem o motivo de não terem a mesma oportunidade. A escola é para todos!”, explicou.
Concursos
A falta de profissionais nas escolas e a formação dos futuros professores de Educação Física também foram assuntos amplamente debatidos durante a audiência. De acordo com a servidora da Secretaria de Esportes Elizabeth Ribeiro, há uma carência enorme nessa área da Educação Física escolar, o que caracteriza uma política de descaso. O subsecretário de Educação Básica, Gilmar Ribeiro, também reconheceu a carência na área, atribuindo a situação “à grave conjuntura financeira do GDF”.
Segundo a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Rosilene Correa Lima, a carência de professores não ocorre apenas na educação básica, mas também na educação fundamental. Isso resulta de “poucos concursos e poucas nomeações”, disse. Ela disse ainda que é necessário rever a formação universitária dos estudantes e futuros professores. “A minoria quer trabalhar com educação”, explicou.
Encaminhamentos
Ao final da audiência, houve o anúncio, por parte do subsecretário de Educação Básica, Gilmar Ribeiro, de que o governo irá nomear em breve 55 educadores da área aprovados no último concurso. Além disso, os deputados Prof. Reginaldo Veras e Prof. Israel Batista protocolaram uma indicação para que o concurso na área de Educação Física para a Secretaria de Esportes seja realizado com a maior urgência possível.
Anna Cléa Maduro (Assessoria de Imprensa)