Foto: Ísis Dantas

Merenda escolar e mudanças na atenção primária são discutidas em comissão

A reunião da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) desta quarta-feira (22) abriu espaço para que representantes da Secretaria de Estado de Educação (SEE) do DF esclarecessem questões pertinentes à merenda escolar oferecida nas unidades de ensino do Distrito Federal. Isso após uma criança de 8 anos ter desmaiado de fome numa escola do Cruzeiro.

O assessor da SEE responsável pelas relações institucionais junto a Câmara Legislativa, Fernando Ribeiro, e a coordenadora de apoio educacional e nutricionista na Secretaria de Educação, Elisabeth Benedic, falaram sobre o caso e explicaram como a pasta elabora cardápios, adquire os mantimentos e trabalha na oferta da merenda escolar.

Fernando começou recapitulando o ocorrido e contextualizando os fatos. Segundo ele, o episódio tomou uma proporção gigantesca, “desproporcional ao retorno das providências para averiguar o que aconteceu e tudo baseado na fala de uma única pessoa”. Ele também disse ser fundamental que se chequem os fatos antes de divulgá-los, na imprensa ou nas redes sociais e falou sobre diversas questões relacionadas a questão.

“À medida que fomos apurando determinadas coisas percebemos que os fatos não batem. A própria criança relatou que estava há dias sem comer. Além disso, quando o SAMU chegou para prestar o atendimento o estudante não estava desacordado, estava na condição de quem provavelmente estaria tendo um pico glicêmico, decorrente da falta de alimentação. A própria equipe que realizou o atendimento, deu insumos para ela reagir fisicamente e ela melhorou”, disse.

O deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT), que é professor da Secretaria de Educação há 23 anos, disse que não se pode tapar o sol com a peneira. “O Fernando está aqui dando a versão oficial da Secretaria de Educação, certamente a minha visão e a do deputado Wasny de Roure (PT) é diferente, que conjuntamente já rodamos por 450 escolas do DF nessa legislatura. Além disso, essa comissão já cobriu, por meio de visitas verdadeiras e que não foram de 20 minutos, quase 90% das escolas do Distrito Federal. O relatório que nós produzimos logo no primeiro ano de mandato traz uma série de fatos concretos” disse.  “Até entendo que essa situação, que por falar em fome acabou tomando uma dimensão internacional, acabou despertando um interesse maior sobre a questão, só veio ou está vindo à tona em virtude daquele fato específico, mas não é um fato isolado. Precisamos ser verdadeiros. Vemos todos os dias fatos concretos, pode não ser na dimensão que foi dada, mas também não é um fato isolado”, completou.

Foto: Ísis Dantas

Veras, num tom desabafo, disse que está angustiado, pois até agora nada foi feito para mudar a situação das escolas no DF. “Visitei, junto com o então presidente do Tribunal de Contas do DF (TCDF) algumas escolas, pois os relatórios que produzimos paralelamente apresentavam questões em comum, isso em 2015. O que foi feito até agora? Nada! Para o Paranoá Parque especificamente realizamos audiência pública para discutir a questão da falta de escolas na localidade, mas também não logramos êxito na resolução da demanda”, finalizou.

Saúde pede socorro –  Representando o Sindate, Jorge Viana também teve voz na reunião da CESC. O sindicalista criticou as mudanças nos critérios de atendimento nas emergências, falou da falta de profissionais em razão da alteração do atendimento na atenção primária e criticou a pasta, falando da falta de condições de  trabalho e da insuficiência de profissionais. “Não sei em que mundo vive o Secretário de Saúde. Deve ser num mundo mágico, diferente da realidade da saúde brasileira”, afirmou.

Assista  a íntegra da reunião da CESC:

 

Sobre Ísis Dantas

Formada em Comunicação Social/ Habilitação Jornalismo pela Universidade Católica de Brasília em 2004 e estudante de Comunicação e Marketing. Ísis Dantas trabalha como assessora de imprensa na Câmara Legislativa há quase 15 anos - desde 04 de setembro de 2006. Atualmente assessora o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT), reeleito para seu segundo mandato parlamentar.

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