Apesar do aumento de número de contaminados e de mortes pelo coronavírus, na última semana o governador Ibaneis Rocha (MDB) autorizou, por meio de decreto, a retomada das atividades de coleta seletiva e o recebimento e a triagem do lixo nas cooperativas de materiais recicláveis.
A decisão foi alvo de críticas pelo deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) durante a sessão remota desta terça-feira (2). Segundo o parlamentar, o poder público erra e põe em risco uma parcela da população que vive em situação de vulnerabilidade quando permite a volta dos catadores de recicláveis ao trabalho sem a segurança necessária.
“ O governo libera as cooperativas de catadores para voltarem ao trabalho, mas coloca como condição a assinatura de um documento isentando o Executivo caso aconteça algo com os trabalhadores”, disse Veras. “Exigem a apresentação por parte dos catadores de um plano para garantir a segurança dos envolvidos nas atividades, quando deveria ser ele, o poder público, capaz de viabilizar esse plano de segurança e oferecer as condições adequadas para que essa população, em grande parte dentro do grupo de risco e vulnerável, possa voltar ao trabalho de forma segura”, completou.
Na ocasião, o distrital classificou como “desrespeito e irresponsabilidade” as determinações do decreto. Para ele, o ideal seria que o governo do Distrito Federal criasse um auxílio que fornecesse uma renda mínima para esses trabalhadores durante o período de pandemia.
Uso obrigatório de máscaras – Em outro momento da sessão remota, Veras criticou a falta de fiscalização do uso obrigatório de máscaras no Distrito Federal, estipulado via decreto do Executivo.
O parlamentar ainda ressaltou a existência de “dois pesos e duas medidas”, fazendo alusão as manifestações que têm ocorrido na área central de Brasília, nas quais gestores públicos e manifestantes não utilizam as máscaras e realizam aglomerações de pessoas, o que é proibido.
Segundo Reginaldo Veras, em outras regiões o rigor e a fiscalização têm acontecido de maneira diferente.
“Ou se aplica a medida para todos, de forma rigorosa e sem distinção, ou o governo muda de estratégia e começa a fazer campanhas educativas para o uso da máscara pela população. O que não dá é para fazer de conta que o uso da máscara é obrigatório para todos e no DF inteiro. Ou é para todos ou não é para ninguém”, defendeu Veras.